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Angelo Almeida sugere implantação de Núcleos de Tratamento de Pacientes com Síndrome Pós-Covid em policlínicas regionais

O deputado estadual Angelo Almeida apresentou indicação na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), para que sejam implantados Núcleos de Tratamento de Pacientes com Síndrome Pós-Covid, nas Policlínicas Regionais de Saúde de todo o estado. A ideia é que o governador Rui Costa avalie, em caráter emergencial, sugestões e entendimentos com os Representantes dos Consórcios Públicos Interfederativos de Saúde do Estado para possibilitar a ação.

O parlamentar fez outra indicação semelhante, para que em Feira de Santana o governo implante um núcleo também no Hospital Dom Pedro de Alcantara. A ideia foi bem recebida pela direção da unidade de saúde.

Recente pesquisa divulgada pela conceituada revista inglesa British Medical Journal, no final de março, avaliou 47.780 pessoas que foram internadas na Inglaterra e receberam alta hospitalar até o dia 31 de agosto de 2020. O estudo identificou que 12,3% morreram até o início de 2021 e que 29,4% voltaram a ser internadas devido a complicações associadas à doença.

Em outro estudo, feito nos Estados Unidos, pesquisadores acompanharam 26 atletas universitários que tiveram Covid-19. Todos eles na forma assintomática da doença ou apenas com sintomas leves, que não levaram à internação. Após a realização de ressonância magnética do coração, ficou constatado que 15% estava com miocardite, uma inflamação no coração, e 30,8% apresentavam uma cicatriz no órgão.

Baseado nessas e em outras informações, Angelo ressalta que a síndrome pós-covid já é uma realidade considerada pelos pesquisadores e acende um alerta para a necessidade de um acompanhamento a longo prazo dos pacientes considerados recuperados. Os sintomas, conforme especialistas, podem ser prolongados e atingir pessoas que tiveram casos graves da doença, mas também os que não apresentaram sintomas.

“A implantação dos núcleos vai garantir o acompanhamento dos pacientes contaminados pelo coronavírus e realizar um trabalho preventivo, antecipando-se desta forma no combate ao que pode ser uma nova epidemia diante dos milhares de casos já relatados de sequelas da Covid-19”, frisa o deputado.

Carlos Alberto Trindade, médico sanitarista, Diretor Geral da Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS) diz que a indicação de Angelo Almeida é “absolutamente oportuna”, uma vez que a Covid-19 ainda é uma doença praticamente desconhecida da medicina, especialmente no que se refere às consequências de curto e médio prazo para os pacientes convalescentes. “Atualmente já é possível identificar algumas sequelas, com maior ou menor gravidade, que vêm se manifestando seja em âmbito neurológico, hematológico ou cardiovascular. Mas pôde-se prever que muito ainda pode estar latente e ainda vir a se manifestar em prazos médios e longos. Sabemos, sim, que essa é uma doença terrível”, salienta.

O médico destaca ainda que, felizmente, a Bahia como consequência do forte investimento que se fez na rede de atendimento, dispõe hoje de um conjunto de policlínicas bem equipadas e estrategicamente distribuídas por todo o estado, geridas por consórcios interfederados e com capacidade de ofertar os cuidados necessários para acolher toda esta demanda potencial e garantir mais saúde para os baianos. “Considero este indicativo, portanto, absolutamente relevante e oportuno que seja abraçado pelo Governo do Estado”, reforçou.

A secretária de Saúde do município de Irará, Ana Pinto, afirma que a necessidade de unidades para acolhimento e tratamento de pacientes com sequelas da covid é real nos municípios. “Dentro da saúde municipal, temos identificado que as demandas para especialistas, exames, bem como os que já chegam para reabilitação em caráter emergencial tem sofrido aumento e no processo de triagem fica evidenciado que esse aumento está diretamente ligado às sequelas da Covid-19. Ter uma unidade para direcionarmos essas pessoas permitirá tratamento em tempo hábil na perspectiva de evitar maiores complicações”, frisou.

Casos

Na Bahia, em 13 meses desde o primeiro caso no estado, em março de 2020, já são cerca de 870 mil casos confirmados, dos quais 835 mil considerados recuperados. Em Feira de Santana, são cerca de 33 mil casos confirmados e 28,5 mil recuperados. Apesar de todo esforço do Governo do Estado no combate à pandemia e dos resultados positivos comparados a todos os outros estados brasileiros, ainda assim os números são bastante significativos e merecem atenção.

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